“Agora vejo construções brancas e frias além das grades
deste lugar onde me encontro.” – Primeira Carta Para Além do Muro
“...tentando ver os púrpuras do crepúsculo além dos ciprestes
do cemitério atrás dos muros – mas o ângulo não favorece, e contemplo então a
fúria dos viadutos...” - Segunda Carta Para Além dos Muros
“Mas à noite, quando os neons acendiam, de certo ângulo a
Dr. Arnaldo parecia o Boulevard Voltaire, em Paris, onde vive um anjo surfista
que vela por mim.” – Última Carta Para Além dos Muros
Estes fragmentos são das crônicas que Caio F. escreveu em
agosto de 1994, quando se descobriu portador do vírus HIV e foi internado no
Hospital Emílio Ribas. “Foram 27 dias habitados por sustos e anjos...”, ele
escreveu na Última Carta Para Além dos Muros.
No muro do Hospital, na avenida Dr. Arnaldo, um painel, inaugurado em dezembro de 2015, traz grafites que mostram Caio ao lado de Cazuza, Betinho e Alex Vallauri, todos vítimas da Aids.
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